Roberto Carneiro está preocupado caso o “Sim” vença no referendo de 11 de Fevereiro e considera que se abrirá um “dique” em matéria de aborto
Roberto Carneiro está preocupado caso o “Sim” vença no referendo de 11 de Fevereiro e considera que se abrirá um “dique” em matéria de abortoÀs dezenas de pessoas na plateia, num colóquio organizado pelos amigos missionários da Consolata, o professor da universidade Católica apontou: Nos países onde abriu (o dique) não parou às dez semanas. É um ponto de não retorno, afirmou, defendendo que o actual projecto de lei, já aprovado na generalidade não diz nada quanto ao acompanhamento da grávida neste processo de decisão.
O ex-secretário de estado da Educação referiu-se também ao grande negócio, o das clínicas privadas para questionar se os portugueses preferem que o nosso dinheiro vá para abortos ou para diminuir as filas de espera nos hospitais?.
Roberto Carneiro criticou ainda o governo de José Sócrates por trazer de novo o assunto à votação quando o país tem outras preocupações mais importantes. E defende que se trata de uma manobra, uma manipulação, para piscar o olho à esquerda (partidos) depois de ter havido cobardia política da maioria para mudar a lei.
Tal como é feita a questão o pedido da mãe não é arbitrado e não há identificação do critério subjacente. Há apenas o poder absoluto e irrestrito da vontade da mãe sobre o filho.
a deputada na assembleia da República, independente eleita nas listas do partido socialista salientou que ninguém, ou pelo menos a maioria, não quer a punição das mulheres que interrompem a gravidez. Isto porque as condições dramáticas são determinantes. Circunstâncias essas que são de solidão, na maior parte das mulheres, referiu a professora.
Para alterar as penas e trabalho comunitário resultantes de condenação, a deputada apresentou uma proposta de lei, há quatro anos. No entanto, lamentou, o Parlamento recusou porque perdia um dos seus argumentos (o das mulheres presas).
Mais, esta questão em torno da interrupção da gravidez prova, no entender desta docente, a assumpção de uma sociedade que não é capaz de remover um problema e de apresentar soluções alternativas. antes, manifesta-se incompetente na educação de uma população para a regulação da sexualidade e que não cria condições para que as pessoas não se sintam encurraladas e assumam com responsabilidade as consequências dos seus actos.