Foto: Vatican Media

O Papa Francisco encontra-se de visita ao Reino do Barém, um arquipélago de 33 ilhas, até domingo, 6 de novembro. Perante vários representantes cristãos e islâmicos, o Santo Padre alertou para as desigualdades do mundo. “Enquanto a maior parte da população mundial se encontra unida pelas mesmas dificuldades, atormentada por graves crises alimentares, ecológicas e pandémicas, bem como por uma injustiça planetária cada vez mais escandalosa, uns poucos poderosos concentram-se decididamente numa luta por interesses de parte, desenterrando linguagens obsoletas, redesenhando áreas de influência e blocos contrapostos”, lamentou.

Francisco referiu que os responsáveis políticos “brincam com o fogo, com mísseis e bombas, com armas que provocam pranto e morte”, e alertou para a “catástrofe das desigualdades na qual a maioria das pessoas que povoam a terra experimenta uma injustiça sem precedentes, a vergonhosa chaga da fome e a calamidade das alterações climáticas”.

“Desejamos que os litígios entre Oriente e Ocidente se resolvam para bem de todos, sem desviar a atenção dum outro desnível, em constante e dramático crescimento, que é o desnível entre Norte e Sul do mundo”, disse o Papa, que defendeu a necessidade do “reconhecimento da mulher na esfera pública”, e que alertou para as consequências de uma frágil ou inexistente educação. “Onde faltam oportunidades de instrução, aumentam os extremismos e radicam-se os fundamentalismos”, referiu, citado pela agência Ecclesia.

“O homem religioso, o homem de paz, opõe-se também à corrida ao rearmamento, aos negócios da guerra, ao mercado da morte”, sublinhou. “Se vários poderosos negoceiam entre si por interesses, dinheiro e estratégias de poder, demonstremos que é possível outro caminho de encontro; possível e necessário, porque a força, as armas e o dinheiro nunca colorirão de paz o futuro”, frisou. O Papa apelou para que os líderes religiosos sejam a voz dos que estão fora das “agendas dos poderosos”, isto é, os “pobres, nascituros, idosos, doentes, migrantes”. A viagem do Papa ao Barém teve início quinta-feira, 3 de novembro.