Entre 500 mil e 600 mil franceses serão membros de seitas. Dez por cento são menores
Entre 500 mil e 600 mil franceses serão membros de seitas. Dez por cento são menoresUma comissão de inquérito parlamentar francesa veio defender a limitação do ensino em casas privadas, para evitar eventuais desvios, numa época em que cresce o temor fundamentalista, muitas vezes nascido e alimentado em escolas religiosas ou de seitas. O jornal católico francês La Croix apresentou esta segunda-feira testemunhos de duas jovens que foram educadas numa seita.
Na descrição da jornalista, as histórias remetem para fundamentalismos associados aos taliban, apesar de se passarem em França, junto de fiéis seguidores da Bíblia.
Sem poder ouvir música, ver filmes, de sair com os cabelos soltos ou vestir calças, a jovem Nadége, hoje com 28 anos, cresceu no seio de uma seita que leva à letra os versículos bíblicos, e teve de conviver com estas regras restritas. Vivi lá desde o meu nascimento, rodeada dos meu pais, avós, tios e primos. Fui persuadida que nós éramos os únicos que estávamos no caminho certo e que um pântano de fogo’ esperava todos os outros.
a luta contra derivas sectárias foi tornada lei em Junho de 2001, criando o delito de abusos fraudulentos do estado de ignorância ou da situação de fragilidade. Entre 500 mil e 600 mil franceses serão membros destes movimentos. Os menores serão dez por cento.
Também o episcopado francês segue com atenção estas derivas sectárias, desde Maio de 2001, através do SaM – Serviço de acolhimento e Mediação para a Vida Religiosa e Comunitária.
Depois da Miviludes (Missão Interministerial de Vigilância e de Luta contra as Derivas Sectárias) ter apresentado o seu Relatório 2005, em Junho deste ano – onde destaca pontos particularmente preocupantes, como a pressão sobre menores, o sucesso crescente de medicinas alternativas e a recusa de cuidados médicos ou a utilização de ajuda humanitária para fins de notoriedade – levou à criação da comissão parlamentar que agora quer proibir o ensino privado sem controlo.