O povo sírio sofre com uma guerra que dura há 11 anos, e consequente violência, crise económica e financeira, pobreza, bombardeamentos, ações militares, sequestros, assassinatos e deslocações no território, com a população a viver em campos em condições muito precárias.

Simultaneamente, o país está a enfrentar a pior seca em décadas. Com a inflação a 140 por cento, o preço dos bens mais básicos encontra-se fora de controlo. Face a este cenário, possíveis sanções “poderão causar o impedimento da ajuda humanitária, com impactos arrasadores para todos, exceto para as elites económicas e políticas”, alerta Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Síria, a propósito de um relatório do organismo, divulgado na última semana.

O relatório da Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre a Síria indica que meninas e mulheres deslocadas internas estão sem documentos, e que as raparigas estão a ser forçadas a casarem-se, enquanto os meninos são enviados para o trabalho infantil ou recrutados para o conflito em curso há mais de uma década.