A Igreja Católica dinamiza nesta quarta-feira de cinzas, 2 de março, uma jornada mundial de oração e jejum pela paz, convocada pelo Papa Francisco, para apelar ao fim da guerra na Ucrânia. No passado domingo, 27, o Santo Padre condenou a guerra na Ucrânia e noutras partes do mundo.

“Com o coração despedaçado pelo que acontece na Ucrânia – e não nos esqueçamos das guerras noutras partes do mundo, como o Iémen, a Síria ou a Etiópia – repito: que as armas se calem!”, disse a partir da janela do apartamento pontifício, depois da recitação do ângelus.

“Quem faz a guerra, esquece-se da humanidade, não parte das pessoas, não olhar para a sua vida concreta, mas coloca acima de tudo interesses particulares de poder, entrega-se à lógica diabólica e perversa das armas, a mais distante da vontade de Deus”, referiu o Sumo Pontífice. A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) juntou-se a esta jornada de jejum pela paz, que acontece no primeiro dia da quaresma, o período do ano litúrgico que precede a celebração da Páscoa.

Através das redes sociais, Sviatoslav Shevchuk, arcebispo-mor de Kiev, na Ucrânia, deixa também apelos. “Peço-vos que rezeis não só pela paz na Ucrânia, mas também pelos nossos inimigos, pela sua conversão, pela conversão da Rússia. Como Nossa Senhora de Fátima nos pediu”, referiu o líder da Igreja Greco-Católica.

Mensagem para a quaresma

Na sua mensagem dedicada à quaresma, que tem início nesta quarta-feira, o Papa Francisco apela também a um jejum na utilização dos meios digitais, de forma a valorizar os “encontros reais” e ir ao encontro daqueles que estão mais vulneráveis. “A dependência dos meios de comunicação digitais empobrece as relações humanas. A quaresma é tempo propício para contrariar estas ciladas, cultivando, pelo contrário, uma comunicação humana mais integral, feita de encontros reais, face a face”, escreve o Sumo Pontífice.

A missiva do Santo Padre é intitulada “Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos”. “Se é verdade que toda a nossa vida é tempo para semear o bem, aproveitemos de modo particular esta quaresma para cuidar de quem está próximo de nós, para nos aproximarmos dos irmãos e irmãs que se encontram feridos na margem da estrada da vida”, aponta o Sumo Pontífice.