Bernard Obiero - Diretor da Fátima Missionária

O fenómeno da migração envolve milhões de pessoas. Quase todos os dias são divulgadas notícias de refugiados que fogem da fome, da guerra e de outros perigos, procurando a segurança e uma vida melhor. Infelizmente, muitos países não têm ajudado a encontrar soluções. Existe muito egoísmo, “nacionalismos fechados e agressivos” e muita insegurança. Algumas nações têm medo e preconceitos, e fecham as portas, outras discriminam os refugiados e migrantes, e poucas acolhem com generosidade.

Os fatores que provocam o aumento das migrações são inúmeros. Alguns dos motivos principais são os problemas políticos, económicos e guerras. Atualmente, o Sudão do Norte se encontra em transe político e social depois do mais recente golpe militar, e a fronteira entre a Lituânia e a Bielorrússia, é um dos palcos do confronto que está a criar milhares de vítimas colaterais – os migrantes provenientes de vários países que chegam à fronteira da Polónia, Lituânia e Letónia, através da Bielorrússia.

A realidade das migrações, nesta época de globalização, exige uma cooperação internacional, um espírito de solidariedade e adoção unânime de métodos de regulamentação que promovam a dignidade humana. “É necessário passar de uma atitude de defesa e de medo, de desinteresse ou de marginalização, para uma atitude que tem por base a cultura do encontro”, disse o Papa Francisco.

Na mensagem para o 107.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, com o título “Rumo a um nós cada vez maior”, o Papa referiu que “hoje, a Igreja é chamada a sair pelas estradas das periferias existenciais para cuidar de quem está ferido e procurar quem anda extraviado, sem preconceitos nem medo, sem proselitismo, mas pronta a ampliar a sua tenda para acolher a todos”.

Amanda Gorman, jovem poeta norte-americana, conquistou o mundo com o seu poema “The hill we climb” (A colina que subimos, em português). Na tomada de posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos da América, ela recitou: “Nós erguemos o olhar não para aquilo que nos separa, mas para o que está diante de nós. Nós vemos o fosso fechar, por sabermos que para colocar o nosso futuro em primeiro lugar temos em primeiro lugar de colocar de lado as nossas diferenças. Nós abandonamos as armas para darmos as mãos uns aos outros. Nós não queremos mal para ninguém, mas harmonia para todos”.

Texto: Bernard Obiero