Foto: EPA / Marcelo Sayao

O Dia Internacional dos Povos Indígenas é celebrado esta segunda-feira, 9 de agosto. Numa mensagem dedicada à data, António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), recorda como o “colonialismo e o patriarcado” contribuíram para uma “enorme resistência em reconhecer e respeitar os direitos, a dignidade e as liberdades dos povos indígenas”, dando origem à “marginalização, discriminação e exclusão” desta comunidade.

Guterres lembra que estes povos tiveram as “suas terras e territórios roubados, perderam a autonomia política e económica e até as suas próprias crianças”. O responsável lamenta ainda a “extinção das culturas e dos idiomas” dos nativos. António Guterres refere que alguns países já pediram oficialmente desculpas e encontram-se envolvidos na reconciliação, mas apesar disso continua a ser preciso fazer muito mais.  Nesse contexto, as Nações Unidas estão a solicitar um novo contrato social, de forma a “recuperar e honrar os direitos, a dignidade e as liberdades daqueles que estão há muito tempo privados de muito”.

O secretário geral das Nações Unidas sublinha que é necessário um “diálogo genuíno, a interação e a vontade em ouvir”, e que “não há desculpas para negar aos 476 milhões de indígenas do mundo a participação em todos os processos de tomada de decisão”.  De acordo com o responsável, um consentimento livre é “central para os povos nativos exercerem as suas próprias visões para o desenvolvimento”, sendo que os conhecimentos destas comunidades podem ajudar a fazer face às alterações climáticas e ainda a contribuir para a prevenção de doenças contagiosas. Neste Dia dos Povos Indígenas, António Guterres pede que os abusos sofridos por esta comunidade sejam reconhecidos e que a comunidade global demonstre mais solidariedade e celebre o conhecimento e a sabedoria destes povos.