Todos os anos, quase 550 milhões sofrem violência familiar, trabalham em actividades de risco ou são alvo de mutilações genitais, revela o primeiro estudo global sobre violência infantil da ONU.
Todos os anos, quase 550 milhões sofrem violência familiar, trabalham em actividades de risco ou são alvo de mutilações genitais, revela o primeiro estudo global sobre violência infantil da ONU. O documento adianta que a violência contra os menores está presente em todos os sítios, desde o lar até à escola, passando pela comunidade, pelas instituições como os orfanatos e centros de reabilitação, e no ambiente de trabalho.
Os números mostram que 275 milhões de crianças são violentadas nas suas famílias, 126 milhões são sujeitas a trabalhos considerados de risco e entre 100 e 140 milhões de meninas e adolescentes sofrem mutilações genitais.
No entanto,a violência exercida sobre as crianças permanece escondida, afirma o responsável pelo estudo e especialista da ONU, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.
Existem formas de violência escondidas ou invisíveis que afectam as crianças e que ocorrem sobretudo no seio da família ou das instituições que têm obrigação de as proteger e sobre as quais existem poucos dados estatísticos.
No seio da família, as crianças costumam sofrer agressões – violência física, verbal, humilhações ou ameaças – encobertas por justificações disciplinares, enquanto que os abusos sexuais costumam ser levado a cabo por algum membro da família ou por uma pessoa próxima.
De acordo com Paulo Sérgio Pinheiro, que apresentará oficialmente o estudo à assembleia-geral da ONU no próximo dia 12, uma das conclusões principais é que a violência infantil pode ser prevenida e que é possível diminuir a dimensão do problema.
Concretamente, propôs programas de visitas surpresa a lares com crianças, campanhas de educação e sensibilização, assim como políticas para eliminar o acesso demasiado fácil a armas e drogas como formas eficazes de reduzir os níveis de violência.