Vaticano explica afirmações do Santo Padre através dos núncios apostólicos. O mundo arábe está inflamado com as palavras de Bento XVI.
Vaticano explica afirmações do Santo Padre através dos núncios apostólicos. O mundo arábe está inflamado com as palavras de Bento XVI. “Encarregámos os núncios [embaixadores do Vaticano] nos países muçulmanos de apresentar e explicar a minha declaração às autoridades políticas e religiosas dos países”, afirmou o novo secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone. O prelado garantiu que o Papa está “profundamente desolado” com a interpretação errada de suas palavras.
Tarcí­sio Bertone disse estar “confiante” no resultado desta iniciativa, pois considera que o Vaticano foi “alvo de uma profunda manipulação do texto, transformando-o em algo que não era intenção do santo Padre”.
Hoje, cerca de 150 pessoas saíram às ruas de Muzaffarabad, capital paquistanesa de Caxemira. Os manifestantes, que queimaram a efí­gie de Bento XVI, querem que o Papa afirme que errou.
Na capital de Verão do Caxemira indiano, Srinagar, muitos estabelecimentos públicos estavam hoje encerrados e as lojas tinham as cortinas corridas, na sequência de um apelo de militantes islamitas para um dia de greve.
Em Genebra, os países islâmicos que integram o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas pediram hoje que aquele organismo analise a questão da tolerância religiosa, justificando que as declarações de Bento XVI ameaçam dividir os muçulmanos e o Ocidente.
No Egipto, o chefe da União Mundial de Ulemas (sábios) islâmicos, o egí­pcio Yussef al-Qaradaui, instou os muçulmanos a “expressar a sua ira na próxima sexta-feira”, segundo a televisão al-Jazira, com sede em Qatar.
O destacado clérigo islâmico insistiu, contudo, que os muçulmanos devem evitar acções de violência como as que ocorreram depois da polémica suscitada p elas caricaturas de Maomé.
No Iraque, cerca de 500 manifestantes, respondendo a um apelo de um chefe religioso xiita, Mahmud al-Hassani, queimaram hoje, em Bassorá, sul do país, uma efí­gie do Papa e bandeiras norte-americanas e alemãs, para protestar contra as palavras de Bento XVI.
aproveitando o clima de protesto, o “braço” iraquiano da al-Qaeda, composta por grupos armados jihadistas, prometeu hoje prosseguir a jihad (guerra santa) até à “derrota” do Ocidente.
a Malásia, país de maioria muçulmana, que detém a presidência rotativa da Organização da Conferência Islâmica (OCI), qualificou de “inadequada” a explicação do Papa para o seu comentário sobre o Islão, noticiou hoje a agência oficial Bernama.
Também os muçulmanos chineses expressaram hoje o seu profundo mal-estar com as declarações de Bento XVI, as quais consideram um insulto, segundo a agência de notícias Nova China.