O parlamento do Paquistão exige um pedido de desculpas do Papa pelos comentários que fez em relação à jihad islâmica. Bento XVI não quis ofender os crentes.
O parlamento do Paquistão exige um pedido de desculpas do Papa pelos comentários que fez em relação à jihad islâmica. Bento XVI não quis ofender os crentes. Numa resolução aprovada por maioria, o Paquistão exige um pedido de desculpas a Bento XVI porque considera que foram feridos os sentimentos dos muçulmanos.
Em causa estão declarações do Papa, na Universidade de Ratisbona. O Santo Padre condenou o fundamentalismo religioso, afirmando que a jihad do Islão é contra Deus e que defender a fé com a violência é uma coisa “irracional”.
Na altura, Bento XVI citou um livro no qual é relatada uma conversa entre o imperador cristão bizantino do século XIV, Manuel Paleologos II, e um persa, sobre as verdades do cristianismo e do islamismo.
as declarações do Papa suscitaram reacções no mundo muçulmano. Um responsável religioso turco já veio dizer que está em causa a próxima viagem de Bento XVI à Turquia.
O guia espiritual da Irmandade Muçulmana, o principal grupo da oposição no Egipto, Mohammad Mehdi akef, apelou hoje a Bento XVI para se desculpar, considerando que as suas reflexões sobre o Islão equivaliam a deitar “achas para a fogueira”.
Perante as críticas de dirigentes muçulmanos, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que Bento XVI rejeita as motivações religiosas da violência, respeita o Islão e procura o diálogo com as outras religiões e culturas.
“Devido às reacções de dirigentes muçulmanos sobre alguns parágrafos do discurso do Papa na Universidade de Ratisbona é oportuno salientar que, como se depreende de uma leitura cuidadosa do texto, o Pontífice rejeita de maneira clara e radical as motivações religiosas da violência”, afirmou.
O porta-voz acrescentou que “não era” intenção do Papa realizar um “estudo profundo” sobre a jihad e sobre o pensamento muçulmano a esse respeito “e muito menos ofender a sensibilidade dos crentes”.