a luta partidária no Quénia tem-se concentrado nos últimos tempos à volta do nome de um novo partido. Fala-se bem pouco do seu programa de governo.
a luta partidária no Quénia tem-se concentrado nos últimos tempos à volta do nome de um novo partido. Fala-se bem pouco do seu programa de governo. Em 2002, as eleições no Quénia foram vencidas por um grupo de partidos, a que na altura se chamou aliança arco-í­ris.com o referendo de 2005 para uma nova constituição, a aliança desintegrou-se e nasceu o Movimento Laranja, formado pelos partidos contrários à nova constituição.
as próximas eleições estão marcadas para finais de 2007. De novo se estão a delinear-se os grupos partidários não como alianças ou movimentos, mas como super-partidos ou, como eu lhes chamo, partidos de partidos. Os poucos que ficaram fiéis à antiga aliança arco-í­ris formaram agora o partido arco-í­ris. Os apoiantes do Movimento Laranja querem chamar-se Partido Laranja. Porém, encontrou um grave problema de nome. alguém teve a feliz ou infeliz ideia de registar o nome e o símbolo do dito partido laranja antes dele, negando-lhe assim o direito ao uso do nome e do símbolo.
Na base de toda esta luta de palavras e nomes estão razões pessoais e tribais que pouco ou nada têm a ver com o estado da nação ou com programas de governação. O país encontra-se em estado de luta. Luta-se por um nome, enquanto os pobres passam fome e miséria, e os doentes morrem por falta de serviços médicos.
Um partido de partidos é coisa que deveria parecer estranha, dado que um partido não se suicida para renascer como parte doutro que não reflecte a sua identidade e os seus valores programáticos. No Quénia é isso que acontece. Porque os partidos desta jovem democracia funcionam à volta de pessoas, de grupos geográficos e tribais, mais que de ideias e programas nacionais.
Embora com pouca esperança, esperamos que estes partidos de partidos – o arco-í­ris e o Laranja – não venham a fragmentar a nação e a dar origem a confrontos tribais mortí­feros.como os que tiveram lugar antes das eleições de 1992 e 1997.