Padre Mário Alves da Silva foi missionário no Brasil e em Portugal. Lembra o papel do país de origem na acção missionária. Diz que a missão traz muita amizade e deixa sempre saudade.
Padre Mário Alves da Silva foi missionário no Brasil e em Portugal. Lembra o papel do país de origem na acção missionária. Diz que a missão traz muita amizade e deixa sempre saudade. O missionário da Consolata, Mário Alves da Silva, superior da Casa de Fátima, volta para o Brasil em Outubro. Descobriu a sua vocação religiosa durante o serviço militar que efectuou na Guiné. Há sete anos que se encontra em Portugal a cumprir uma missão. Em Outubro, voltará para o Brasil, onde já esteve 15 anos a ajudar os mais pobres.
Para ele, o princípio da missão é a “troca de serviços entre Igrejas irmãs. Um missionário tem de “buscar a santidade, ter alguma coisa para dar. Ser uma presença de Deus no meio de um povo. Depois tem de fazer todo o bem que está ao seu alcance como pessoa de bem”.
No serviço que realiza, Mário Silva realça a importância das raízes: “Precisamos de cultivar a nossa cultura, a nossa maneira de ser e a nossa fé para sermos algo de bom para os outros”.
Começou o seu percurso missionário num seminário, onde colaborava para a formação de novos missionários. Depois partiu para o Brasil, onde esteve durante 15 anos. a sua actividade incidiu, sobretudo, nas regiões do Paraná e de São Paulo. Centrou-se no combate à pobreza. “O norte do Brasil é muito pobre. No nordeste há muitas carências. é um povo muito migrante para as grandes cidades. Muitas vezes regressa ainda mais pobre do que quando saiu”, informa.
Quanto ao seu regresso para Portugal, afirma: “Era como se viesse para um lugar onde nunca estive”. Explica que pôde recordar muitas coisas esquecidas e outras que não tinha observado antes da sua partida como “a pobreza na fé”.
Entre os dois países há “uma diferença muito grande”. “O Brasil é um continente cheio de luz, alegria e cor. a liberdade de acção na Igreja do Brasil é muito grande. as igrejas são muito abertas e cheias de luz”, conta o padre Mário. ao contrário, em Portugal, as igrejas são escuras, frequentadas por poucos jovens e muitas pessoas idosas, vestidas de luto.
Quanto à experiência destes anos de serviço missionário, diz: “Em qualquer lado onde nós prestámos serviço de bem, ganhámos sempre muitas amizades, somos muito desejados. Temos sempre vontade de voltar”.