Encontro-me de férias junto à ilha de Mombaça, no Quénia. Estas águas já há cinco séculos testemunharam a epopeia evangelizadora de homens como Francisco Xavier. ainda hoje falam de missão.
Encontro-me de férias junto à ilha de Mombaça, no Quénia. Estas águas já há cinco séculos testemunharam a epopeia evangelizadora de homens como Francisco Xavier. ainda hoje falam de missão. Uma vez por ano, e mais do que uma se a oportunidade se apresentar, afasto-me das terras altas do centro do Quénia. Desço até à beira-mar para encher os pulmões de ar puro e saturar os sentidos e a alma com a beleza e as memórias que estas ondas e estes vastos horizontes encerram.
Sentado na praia, observo a uns dois quilómetros de distância a linha branca onde o mar alto se desfaz em espuma contra a muralha de coral. E medito. Pouco além dessa muralha, passa traçado nas vagas o invisí­vel e heróico sulco do caminho marí­timo para a Índia.
Dirá o leitor que sou sentimental e desprovido de sentido histórico. Por esse mesmo caminho passaram santos e pecadores, homens livres e escravos, agentes de paz e senhores da guerra. De facto é verdade! Durante este saudável repouso, vejo com os olhos da minha mente passar as primeiras caravelas. Nelas detecto esperança e vontade de bem-fazer. é um sentimento que me dá serenidade e paz.
Nestes dias darei um salto à ilha de Mombaça. Recolher-me-ei lá um momento, junto a umas minúsculas ruí­nas. O mapa turí­stico da ilha ainda hoje as indica com o nome português de Ermida Nossa Senhora. Dali Ela, a Mãe de Jesus, olha para a linha do horizonte e diz de si para consigo: Estes meus filhos têm cada uma! Não há velho do Restelo que lhes trave o í­mpeto.
Caro leitor, se estiveres de férias, feliz repouso e horizontes amplos!