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A Amnistia Internacional (AI) voltou a pedir esta quarta-feira, 7 de outubro, uma investigação independente aos crimes contra civis cometidos na província moçambicana de Cabo Delgado, para que nenhum dos responsáveis pelos ataques fique impune. Na declaração, divulgada no âmbito do terceiro aniversário do início da insurgência na região, é pedido o empenho das autoridades para que as violações contra a população cessem imediatamente.

Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, “três anos após o início dos combates, as vítimas do conflito não estão mais perto da justiça, verdade e reparação”. “As autoridades não conseguiram responsabilizar os suspeitos por crimes contra o direito internacional e violações dos direitos humanos”, vincou Deprose Muchena, diretor da AI para a África Oriental e Austral.

Recentemente, a AI, juntamente com outras organizações internacionais, condenou os atos retratados em vídeo e distribuídos nas redes sociais com práticas de tortura e outras violações de direitos humanos, responsabilizando membros das forças armadas moçambicanas. No entanto, o governo moçambicano tem reiterado que as imagens são manipuladas e defendido os seus militares e polícias.

Muchena discorda das alegações governamentais: “Há evidências de que as forças de segurança também cometeram crimes contra o direito internacional e violações dos direitos humanos, incluindo desaparecimentos forçados, tortura e execuções extrajudiciais”, reafirmou o responsável.