Enquanto os católicos participam na eucaristia, outros, também católicos mas, ortodoxos de rito bizantino, participam em Fátima, na divina liturgia.
Enquanto os católicos participam na eucaristia, outros, também católicos mas, ortodoxos de rito bizantino, participam em Fátima, na divina liturgia.
a placa não engana. apesar de ser escrita em português. ao entrar no Domus Pacis, em Fátima, uma placa vai indicando qual o caminho a seguir até chegar à capela bizantina.
À entrada do lado esquerdo, os fiéis podem comprar as velas. São 10h de domingo, 18 de Junho. a celebração inicia-se. Não há bancos, como numa capela ou igreja de rito católico. as pessoas vão entrando, ficam de pé. antes, beijaram a Bíblia e a cruz. assistem e participam activamente na celebração de rito bizantino. Hora e meia a duas horas de celebração, o normal, esclarece o sacerdote ucraniano. Quase sempre cantada, e acompanhada por quase todos os fiéis. Yevhén (traduzido para português, Eugénio) Kolossók, paramentado, está de costas voltadas para aos fiéis e, voltado para o altar da prótese, um procedimento comum no rito bizantino.
O coro instalado no primeiro andar, da capela da Sagrada Dormição dá o mote para que ucranianos, moldavos, romenos que vivem a sua fé, segundo o rito bizantino acompanhem. Dos 40 que estavam no templo quando a Fátima Missionária entrou, o número foi subindo até atingir a centena.
Mais fiéis que os habituais dois ou três que frequentam o templo diariamente, comenta o sacerdote. além dos convidados de um casamento, muitos ucranianos participaram nesta celebração, no mesmo dia que vieram de longe para agradecer a Nossa Senhora, no Santuário.
Os fiéis vêm, quase todos, de fora de Fátima, da zona de Porto de Mós e Leiria. Ygor Ovchar, é um deles. Há cinco anos em Portugal, este ucraniano vive e trabalha em Porto de Mós. Desloca-se, habitualmente, aos domingos, a Fátima, movido pela fé, na companhia de outros. Os que vivem em Fátima – comenta o padre Eugénio – trabalham na hotelaria e, ao domingo, não estão disponíveis para participar na divina liturgia.
Templo de ícones
São abundantes os ícones existentes neste espaço. aliás, toda a capela acaba por formar um puzzle de diferentes ícones, colocados em pequenos altares, ou em quadros, na parede. Lugar ainda para um Cristo crucificado e o ícone que Ygor define como o mais bonito. Trata-se de uma imagem de Nossa Senhora com o Filho de Deus, Jesus. É especial porque se encontra dentro de uma espécie de sub-capela resguardada por uma porta de ferro, pintada em verde.
Os ícones são enfeitados com tecidos de diferentes motivos e só se retiram no tempo quaresmal, assinala Ygor.
Mas este templo tem uma outra particularidade, preciosa, para o padre Eugénio, casado, com duas filhas e a morar numa habitação cedida pelo Santuário de Fátima. Trata-se da acústica.
Nota-se a presença de mais homens que mulheres mas, todos atraídos pela fé. algumas senhoras estão de véu na cabeça.
Depois da celebração, enquanto uns ficam a rezar, outros aproveitam para conversar uns com os outros. E outros ainda para conversar com o padre Eugénio somos uma grande família, refere o sacerdote. Daí que uma das preocupações levadas, naquele final de missa, tenha sido o esforço que a comunidade migrante estava a fazer para repatriar os corpos de pai e filho, moldavos, apanhados no temporal, em Porto de Mós.
Depois da celebração muitos dirigem-se para a biblioteca que possui livros impressos bem como suporte de áudio e vídeo, salienta o presbítero. Yevhén Kolossók acompanha também as comunidades ortodoxas de Águeda e Coimbra, celebrando com estas a divina liturgia, também, ao domingo.
No espaço exterior da capela, há uma pequena estante com um livro, traduzido, para português sobre o ritual bizantino. Há estampas e ainda rosários. a comunidade migrante dispersa desta capelania ucraniana, em Fátima, rumo às suas casas. Voltarão no próximo domingo.
Conheça mais um pouco da divina liturgia.