a nossa viagem-peregrinação chegou ao fim. Termina de uma maneira que me é muito grata: em assis.
a nossa viagem-peregrinação chegou ao fim. Termina de uma maneira que me é muito grata: em assis. a terra de Francisco ” Il Poverello ” fazem parte das recordações doces dos meus primeiros passos nos caminhos da fé. aprendi a catequese no Convento dos Franciscanos em Leiria, com o saudoso padre Filipe Tojal. Posso dizer que encontrei Jesus pela mão de Francisco. Na noite de 24 de Dezembro de 1946, na missa da meia-noite, fiz a minha primeira comunhão. Nessa noite, senti que Jesus me abria os braços, enquanto Francisco, de lado, observava e sorria.
Não é exagero dizer que a fé que tenho mantido ao longo dos anos, ora aceitando ora refutando, se deve e tem a sua raiz inabalável nessa noite distante.
anos mais tarde, vim pela primeira vez a assis ” à terra do santo por quem me enamorara e me conduzira a um amor maior.
Quando cheguei, um denso nevoeiro cobria a região. Fui andando, reconhecendo locais de que tanto ouvira falar, mas não conseguindo divisar montes, não vendo mais além do que uns metros à minha frente. Foi então que me veio este pensamento: “São Francisco não me podes fazer isto; vim de longe, vim visitar-te; quero ver, perscrutar horizontes, sentir, lavar a alma com o perfume de assis. Por favor, faz um milagre”. E… subitamente, durante mais ou menos meia hora, o nevoeiro dissipou-se. acreditem ou não, Francisco fez um milagre para mim. O padre Elísio até é capaz de dizer: “Presunção e água benta… “.
Mas eu não me importo… se não fez um milagre… fez-me pelos menos a vontade… Mais uma vez, voltei e apesar das multidões que se atropelam, aproveitando o fim-de-semana mais longo, sinto que a paz de assis vai comigo, me apazigua e me dá de volta a simplicidade e o “enamoramento” da menina da noite de Dezembro de 1946.
Recordo as palavras do bom Papa João XXIII, peregrino em assis, a 4 de Outubro de 1962: “Porque é que Deus deu a assis este encanto de natureza, este esplendor de arte, este fascí­nio de santidade, que está como que suspenso no ar e que o peregrino sente? a resposta é fácil: é para que os homens através de uma comum e universal linguagem aprendam a conhecerem-se como irmãos”.
Beatriz