Os idosos que vivem nos campos de refugiados rohingya, no Bangladesh, “estão a ser deixados para trás no combate à Covid-19”, denuncia a Amnistia Internacional (AI). Segundo a organização defensora dos Direitos Humanos, o Bangladesh, juntamente com a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros parceiros internacionais, “até tem feito esforços para reduzir o risco de a pandemia se propagar”, através de medidas como o “aumento da assistência e da proibição de grandes reuniões”.

No entanto, segundo a AI, “faltam informações básicas e precisas sobre a doença e respostas para chegar a certas franjas da população”, nomeadamente os idosos. Matt Wells, diretor-adjunto da equipa de resposta a crises da AI, alerta para a dimensão do problema. “Mesmo em alturas menos críticas, as organizações humanitárias lutam ou falham em atender às necessidades específicas dos idosos nos campos de refugiados e deslocados. Repetir esse erro no meio da pandemia de Covid-19 coloca mulheres e homens rohingya mais velhos num perigo iminente. Alguns desconhecem informações básicas sobre o que está a acontecer e como se podem manter em segurança.”

Para o responsável, os “países doadores e as organizações humanitárias devem trabalhar, urgentemente e em conjunto, para atenuar a ausência de informação e implementar um plano que garanta que os refugiados mais velhos não são deixados para trás, mais uma vez, neste tempo marcado pelo elevado risco global”.

“As pessoas deslocadas mais velhas enfrentam uma combinação terrível: são o grupo com maior risco de contrair Covid-19 e também são o grupo menos incluído na resposta humanitária. A invisibilidade deles deve terminar agora. Governos, doadores e organizações humanitárias devem colocar as pessoas idosas no centro do planeamento e da resposta, para minimizar as consequências mortais desta pandemia global”, alerta Matt Wells.