Há três meses, a palavra “coronavírus” era praticamente desconhecida para a maioria da população mundial. Agora, faz parte da vida de milhares de milhões de pessoas, que vão aprendendo todos os dias um pouco mais sobre uma doença que colocou o mundo em sobressalto e obrigou grande parte dos habitantes do planeta ao isolamento social.
Segundo os vários estudos entretanto efetuados, um deles publicado recentemente na revista médica britânica The Lancet, a Covid-19 revela-se mais perigosa para as pessoas com mais de 60 anos, com uma taxa de mortalidade de 6,4 por cento, que se duplica (13,4 por cento) para os maiores de 80 anos.
Além da idade, ter uma doença crónica, como insuficiência respiratória, problemas cardíacos, antecedentes de acidentes vasculares cerebrais ou cancro, é mais um fator de risco. Numa análise a 10 mil mortos, o Instituto Superior de Saúde italiano identificou patologias comuns nos falecidos. As mais frequentes foram a hipertensão (73,5 por cento), diabetes (31 por cento) ou cardiopatia isquémica (27 por cento).
Sintomas mais comuns
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sintomas mais comuns da Covid-19 “incluem os problemas respiratórios, febre, tosse e falta de ar”. Cada um destes indícios pode estar mais ou menos presente, e a evolução é flutuante, com altos e baixos. A perda de olfato e paladar também podem ser sintoma da doença.
Em geral, os sintomas duram duas semanas e podem agravar-se numa segunda fase. “Nos casos mais graves, a infeção pode provocar pneumonia, síndrome respiratório agudo severo, insuficiência renal e até a morte”, refere a OMS, sublinhando que o tratamento, neste momento, está focado em tratar os sintomas, uma vez que ainda não há uma vacina ou um medicamento específico.
Formas de contágio
Até agora, sabe-se que o vírus se transmite principalmente por via respiratória e por contacto físico. A transmissão por via respiratória produz-se através das gotículas de saliva expulsas por um infetado, por exemplo quando tosse. Os especialistas defendem, por isso, que se mantenha uma distância de contacto de cerca de um metro.
Para evitar o contágio, as autoridades sanitárias insistem na importância de evitar os apertos de mão ou os beijos, de lavar as mãos com frequência, tossir ou espirrar para o braço ou para um lenço de papel, e usar máscara caso esteja infetado. É de evitar ainda tocar com a mão nos olhos, nariz ou boca, pois o contágio é possível através do contacto com um objeto infetado.
Um estudo publicado em meados de março numa revista especializada norte-americana mostrou que o novo coronavírus é detetável até dois ou três dias em superfícies de plástico ou aço inoxidável, e até 24 horas em cartão. No entanto, estas conclusões são ainda meramente técnicas, já que foram medidas em ambientes experimentais.