Enquanto se espera por uma vacina contra o novo coronavírus, alguns medicamentos utilizados para tratar os sintomas da doença começam a escassear na Europa, um dos continentes mais afetados pela pandemia. “A disponibilidade dos medicamentos, em particular os que usam os pacientes com Covid-19, é uma grande preocupação”, admitiu a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês).
Em finais de março, nove grandes hospitais europeus fizeram um apelo à cooperação internacional para que fosse garantido o fornecimento regular de produtos médicos, face ao receio da falta de medicamentos essenciais para os doentes nos serviços de reanimação, como relaxantes musculares, sedativos ou analgésicos.
Perante esta situação de “crise sanitária extraordinária”, a EMA determinou que as empresas farmacêuticas passem a prestar contas diretamente à agência, por forma a melhorar a comunicação entre a indústria e a União Europeia. Ao mesmo tempo, foi nomeada uma comissão para estudar uma possível alteração à regulamentação e garantir o fornecimento de medicamentos.
O aumento extraordinário da procura de alguns medicamentos, por causa da pandemia, já está a causar a escassez de fármacos necessários para os serviços de reanimação e cuidados intensivos, por exemplo em França e em Espanha. Para fazer face a esta situação, as autoridades sanitárias francesas estão a autorizar, temporariamente, o uso de alguns medicamentos veterinários, desde que o seu princípio ativo seja o mesmo que o medicamento de uso humano.