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Fogo provocou a morte a, pelo menos, uma criança. Médicos Sem Fronteiras afirmam que as autoridades europeias e gregas «têm responsabilidade nestes episódios dramáticos»

Os refugiados do campo de Moria, na Grécia, viram-se obrigados a lidar com a deflagração de um incêndio que provocou a morte a uma criança. O fogo, ocorrido nesta semana, é o segundo neste campo, desde o passado mês de setembro. Stefano Argenziano, coordenador de operações dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) para a Grécia, explica que o incêndio no campo de refugiados «espalhou medo e pânico, deixando uma criança morta, segundo o Corpo de Bombeiros».

De acordo com o responsável, o fogo foi extinto, mas não é possível «confirmar nenhuma informação sobre a causa do incêndio ou se há outras mortes ou feridos». Face a esta situação as equipas dos Médicos Sem Fronteiras, estão a «fornecer apoio médico e psicológico às pessoas afetadas pelo incêndio».

Stefano Argenziano frisa que este incêndio acontece «apenas dois meses após o incêndio no campo de Kara Tepe e apenas cinco meses após um incêndio no campo de Moria, em setembro de 2019». «Estes eventos mostram-nos, mais uma vez, o impacto dramático que podem ter na saúde física e mental das pessoas que vivem em campos superlotados e inseguros como o campo de Moria», destaca o responsável, em comunicado.

O coordenador de operações dos Médicos Sem Fronteiras para a Grécia afirma que as «autoridades europeias e gregas que continuam a conter pessoas em condições tão desumanas têm responsabilidade nestes episódios dramáticos». «Quantas vezes temos que ver as trágicas consequências desta política desumana de contenção antes de evacuarmos urgentemente as pessoas do inferno de Moria?», questiona o profissional.