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Quantia reunida através da disponibilização de um ebook escrito por José Tolentino Mendonça será utilizada para apoiar as vítimas da atual pandemia no território italiano

Palavras, ideias e pensamentos do cardeal português José Tolentino Mendonça dedicadas ao período de pandemia com que o mundo se depara atualmente, encontram-se agora disponíveis online e de forma gratuita, na sua versão italiana, depois de já terem sido apresentadas em língua portuguesa. Apesar da obra poder ser lida gratuitamente, os leitores interessados na publicação são convidados a contribuir para uma angariação de fundos lançada pelo Policlinico Universitario Agostino Gemelli, um hospital situado em Roma, Itália. A quantia doada será utilizada para tratar os doentes infetados com a Covid-19.

Com o nome «O poder da esperança. Mãos que sustentam a alma do mundo», o livro apresenta na sua capa uma obra de arte do artista Auguste Rodin. Ao longo da obra lançada pela editora `Vita e Pensiero´, José Tolentino Mendonça faz uma reflexão espiritual sobre este período de pandemia.

O arquivista e bibliotecário da Santa Sé apela para que o distanciamento social a que a população se vê chamada a cumprir não seja vivido como «um congelamento adverso da vida que nos mantém reclusos», mas antes como um dom, como um tempo novo, amplo e plástico, e uma oportunidade para que cada pessoa se possa reencontrar.

O poeta e teólogo lembra, ao longo da sua reflexão, histórias comoventes e recheadas de esperança, como a do padeiro idoso que gostaria de fechar a sua padaria devido ao receio pela doença, mas que ao pensar nos seus clientes, que se tornaram seus amigos ao longo dos anos, e que se veriam sem um local para poder comprar aquele bem, o velho padeiro toma a decisão de colocar a máscara e de se manter atrás do balcão.

«No meio desta emergência nós estamos a viver. (…) Não podemos esquecer o elevado testemunho humano que estão a dar todos os que prestam assistência. Eles são heróis desta história coletiva. E milhões são aqueles que, de maneira anónima, e com um extraordinário sentido de abnegação, mantêm fábricas e escritórios abertos, continuam a produzir alimentos e outros bens indispensáveis, supervisionam a segurança e, naturalmente, lutam na vanguarda por todos nós nos hospitais», escreve o autor da nova publicação.