Um quarto de todas as espécies do planeta corre o risco de extinção nas próximas décadas. À medida que a população e a procura aumentam, os recursos naturais vão sendo explorados de forma insustentável
«A humanidade esqueceu o quando precisa da natureza para a sobrevivência e o bem-estar, e à medida que a população e a procura aumentam, os recursos naturais estão a ser explorados de forma insustentável», alerta o secretário-geral das Nações Unidas na sua mensagem para do Dia Mundial da Vida Selvagem, que se assinala esta terça-feira, 3 de março.
Atualmente, segundo estimativas da ONU, 25 por cento de todas as espécies do planeta (animais selvagens e plantas) correm risco de extinção nas próximas décadas, apesar das metas estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que pretendem abranger todas as espécies de animais e plantas selvagens como um componente da biodiversidade assim como os meios de subsistência das pessoas, especialmente as que vivem mais próximas da natureza.
António Guterres recorda que é parte inseparável da «rica tapeçaria da vida que compõe a diversidade biológica», e que «todas as civilizações humanas foram e continuam a ser construídas com o uso de espécies selvagens e cultivadas da flora e da fauna, desde os alimentos» que são ingeridos até o ar que respiram.
No entanto, alerta, «ao explorar demais a vida selvagem, os habitats e os ecossistemas, a humanidade põe em perigo a si mesma e a sobrevivência de inúmeras espécies de plantas e animais selvagens», o que exige a todos «um relacionamento mais cuidadoso, atencioso e sustentável com a natureza».
Para os responsáveis do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a efeméride que hoje se assinala, é uma oportunidade para celebrar as muitas e variadas formas de fauna e flora selvagens e promover a consciencialização sobre a infinidade de benefícios que sua conservação proporciona às pessoas. Por outro lado, lembra a todos sobre a necessidade urgente de intensificar a luta contra o crime que afeta a vida silvestre e a redução de espécies induzida por seres humanos e que têm amplos impactos económicos, ambientais e sociais.