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Encerramento de escolas por causa da epidemia afeta já 22 países, em três continentes. Agência das Nações Unidas diz que é uma interrupção educativa sem precedentes, que pode afetar a produtividade das famílias

A suspensão das aulas para conter a propagação do coronavírus (Covid-19) está a interromper a educação de cerca de 290 milhões de estudantes em todo o mundo, uma taxa sem precedentes, que pode afetar também a produtividade económico dos pais destas crianças, alerta a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), adiantando que está a oferecer apoio aos governos para a implementação de medidas alternativas, como a educação à distância.

«Estamos a trabalhar com os países para assegurar a continuidade da aprendizagem para todos, em especial as crianças mais desfavorecidas que tendem a ser os mais afetados pelo fecho das escolas. Apesar dos encerramentos temporários de escolas devido a problemas com a saúde e outras crises não serem novos, desafortunadamente, a escala global e a velocidade da interrupção educativa atual não tem precedentes e, se se prolonga, poderá ameaçar o direito à educação», explicou a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.

A organização está a trabalhar para responder à crise de saúde que ameaça todo o planeta, e diz estar pronta para apoiar os países à medida que pretendam adotar medidas inclusivas adequadas à sua realidade. Neste sentido, convocou uma reunião de emergência com os ministros da Educação, para 10 de março, onde serão partilhadas respostas e estratégias para manter a continuidade da aprendizagem, garantindo a inclusão e a equidade.

«Quando as escolas fecham, o rendimento educativo sofre. A interrupção letiva também conduz a outras perdas mais difíceis de quantificar, incluindo os inconvenientes para as famílias e a diminuição da produtividade económica à medida que os pais lutam por equilibrar as obrigações laborais com o cuidado dos filhos», realça a líder da UNESCO.