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Balanço feito pela responsável das Nações Unidas pelos Direitos Humanos refere que continuam a registar-se atos de violência contra opositores políticos, manifestantes e jornalistas

Um total de 4,9 milhões de pessoas já «abandonaram» a Venezuela desde que começou a crise política e económica, em 2015, informou esta terça-feira, 10 de março, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, lamentando a violência contínua das forças de segurança e apoiantes do regime contra elementos da oposição.

No balanço que fez ao Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o país sul-americano, a responsável alertou que «os atos de violência das forças de segurança e apoiantes do governo contra parlamentares da oposição continuam» e apresentou provas de «agressões contra opositores políticos, manifestantes e jornalistas, sem que as forças de segurança atuassem».

«Registámos casos de buscas na sede de um partido político, organizações não governamentais e escritórios de meios de comunicação» e, desde 5 de janeiro, as forças de segurança «dificultaram» o acesso à Assembleia Nacional aos deputados da oposição. «O meu escritório continua a receber testemunhos de tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes na sede da Direção Geral de Contra-Inteligência Militar em Caracas», adiantou Bachelet.

A alta comissária aproveitou ainda para denunciar a «detenção arbitrária de líderes sindicais» e para manifestar preocupação com o projeto de lei que pretende sancionar as organizações de defesa dos direitos humanos que recebem fundos do exterior.