Presidente turco mantém braço de ferro com a União Europeia e assegura que não muda de posição até ter respostas concretas do bloco comunitário às suas exigências. Entretanto, os migrantes continuam a concentrar-se às portas da Grécia

A Turquia vai manter as suas fronteiras abertas para deixar passar os migrantes que pretendem entrar nos países da União Europeia, até obter respostas concretas às suas exigências, informou esta quarta-feira, 11 de março, o Presidente turco, Recep Erdogan.

«Não pedimos esmolas a ninguém. O que queremos é que as promessas se mantenham», afirmou o governante, citando várias das suas exigências, como um maior apoio financeiro da Europa; que não seja exigido visto aos turcos e que se abram nos capítulos no processo de adesão de Ankara à União Europeia.

Erdogan irá receber a visita da chanceler alemã, Angela Merkel, e do Presidente Francês, Emmanuel Macron, no próximo dia 17 de março, para debater estas questões. E espera pela próxima Cimeira do Conselho Europeu, agendada para 26 de março, para obter respostas aos seus pedidos.

As autoridades turcas abriram as suas fronteiras em finais de fevereiro, o que provocou a concentração de milhares de migrantes na fronteira com a Grécia. O executivo comunitário acusou Ankara de estar a fazer «chantagem» com a questão migratória e pediu que fossem respeitados os termos do acordo firmado em 2016 e que prevê que os migrantes fiquem na Turquia, a troco de uma ajuda financeira.

Todavia, Erdogan argumenta que é necessário atualizar o acordo devido aos últimos acontecimentos na Síria, sobretudo na província de Idlib, onde um milhão de pessoas foram obrigadas a fugir por causa da intensificação dos combates nos últimos meses. A Turquia acolhe no seu território cerca de 3,6 milhões de sírios e teme que este número aumente por causa da crise humanitária.