O Quénia encontra-se numa encruzilhada Política em que cada um tenta encobrir os seus pecados, apontando para os alheios.
O Quénia encontra-se numa encruzilhada Política em que cada um tenta encobrir os seus pecados, apontando para os alheios. Nos últimos meses, desde que se “zangaram as comadres”, a cena Política nacional do Quénia tornou-se uma verdadeira comédia. O tema deste grande teatro, de que diariamente temos notícias frescas, é a corrupção. Segundo os políticos da oposição, quase todos os ministros devem demitir-se, porque corruptos no passado, no presente e no futuro. Segundo o governo, a corrupção é uma história antiga em que a oposição está envolvida e os males de hoje são apenas uma pequena expressão de uma doença crónica dos governos precedentes.
Quando a oposição castiga os corruptos que governam os quenianos, o governo pouco diz e nada faz, apontando culpas para a “pesada herança” do “moismo”, a cultura de impunidade criada durante a presidência de arap Moi. Quando é o governo a mencionar a chaga da corrupção que dilacera e contamina toda a classe Política, são os partidos da oposição a clamar que não, que esta táctica é só uma manobra de diversão para esconder as mazelas de quem governa.
é de admirar a subtileza com que se lançam acusações e contra-acusações, enquanto a situação do país continua a deteriorar-se no que diz respeito aos direitos fundamentais, como sejam o direito à vida, à alimentação, à saúde, à habitação, ao trabalho e assim por diante.
Encontramo-nos num empate técnico, em que ambos os campos desejam unicamente eliminar o adversário, sem aceitar as próprias responsabilidades. Uma comissão nacional para a verdade e reconciliação é algo que a ninguém interessa, embora se saiba que não é possível construir um futuro condigno para todos, sem pôr um ponto final num passado de que todos são responsáveis.