apesar da redução, os detidos continuam a denunciar situações de tortura e maus-tratos. Os jovens são os que correm maiores riscos de sofrer espancamentos
apesar da redução, os detidos continuam a denunciar situações de tortura e maus-tratos. Os jovens são os que correm maiores riscos de sofrer espancamentos Um relatório recente sobre a incidência de tortura e maus-tratos no afeganistão dá conta de uma diminuição de sete por cento no número de casos, mas realça que há ainda muito a fazer para erradicar este tipo de abusos, sobretudo nas prisões, onde quase um terço dos detidos continua a queixar-se da violação dos seus direitos básicos. Em reação a estes resultados, o representante especial do secretário-geral para o afeganistão, Tadamichi Yamamoto, saúda as medidas tomadas pelo governo para prevenir e investigar casos de tortura e maus-tratos nos últimos dois anos, mas alerta que ainda há um longo caminho a percorrer para erradicar esta prática horrenda entre os detidos relacionados com conflitos. De acordo com o relatório, entre os detidos que estão sob custódia das Forças Nacionais de Defesa e Segurança do afeganistão, 32 por cento relataram tortura e maus-tratos, nos últimos dois anos. Entre 1 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2016, a percentagem era de 39 por cento. a redução mais acentuada registou-se em 2018, em particular dentro das instalações da Direção Nacional de Segurança, onde a prevalência de tortura e maus-tratos dos entrevistados diminuiu de 29 para 19 por cento. Já entre as pessoas que estão sob custódia da Polícia Nacional afegã, a proporção daqueles que relataram tortura ou maus-tratos caiu de 45 para 31 por cento. Para a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, as conclusões deste estudo demonstram que as políticas implementadas para combater a tortura e os maus-tratos fazem efeito, mas estão longe de ser suficientes. Em seu entender, só um órgão de fiscalização com bons recursos, capaz de fazer visitas inesperadas a centros de detenção e aumentar a consciencialização sobre o que constitui tortura e maus-tratos, de acordo com a legislação internacional de direitos humanos, pode ajudar a erradicar completamente tortura.