Organizações ligadas à Igreja Católica escrevem carta aberta onde manifestam preocupação com o agravamento das condições de vida da população brasileira e repudiam a «postura devastadora do atual governo»
Organizações ligadas à Igreja Católica escrevem carta aberta onde manifestam preocupação com o agravamento das condições de vida da população brasileira e repudiam a «postura devastadora do atual governo» aproveitando a celebração do Massacre de Eldorado do Carajás, no estado brasileiro do Pará (17 de abril de 1996) e do dia Internacional da Luta Campesina, as Pastorais Sociais do Campo assinaram uma tomada de posição conjunta contra as políticas do atual governo e recorrem às palavras do Papa Francisco para dizer não a uma economia de exclusão e de desigualdade social. Estamos convencidos que a realidade no Brasil está caminhando, a passos acelerados, para a eliminação de direitos e o agravamento das condições de vida de seus cidadãos.com as diversas reformas de cunho neoliberal executadas e propostas e, ao mesmo tempo, com negociatas que entregam os bens naturais existentes nas diferentes regiões, em especial na amazónia, o governo submete os interesses do Brasil e dos brasileiros a outros países, especialmente aos Estados Unidos da américa, e de grandes conglomerados financeiros e empresariais multinacionais, pode ler-se no documento. Os agentes da pastoral social criticam ainda os ataques aos direitos dos trabalhadores e dizem desconfiar das verdadeiras intenções da anunciada Reforma da Previdência. Para nós é evidente que o objetivo, mais uma vez, é prejudicar os trabalhadores e as trabalhadoras da cidade e do campo. além de favorecer fortemente os interesses de grupos financeiros com o incentivo à previdência privada, o golpe contra os direitos dos assegurados especiais do campo, sendo as mulheres as mais prejudicadas, provocaria um enorme empobrecimento e esvaziamento do mundo rural, com o aumento da migração forçada, afirmam. Em relação à política de demarcação de territórios indígenas, manifestam a convicção de que o objetivo é facilitar a entrega do território brasileiro aos interesses do capital nacional e internacional. as declarações recorrentes do Presidente Bolsonaro de que pretende não demarcar sequer um centímetro de terra e rever todas as demarcações possíveis situam-se nesse contexto e intencionalidade. a transferência da responsabilidade de demarcação de terras indígenas do Ministério da Justiça para o Ministério da agricultura, que historicamente defende os interesses do latifúndio, é uma medida concreta para efetivar estas agressões à Constituição brasileira, sublinham. assinada por representantes da Comissão Pastoral da Terra, Conselho Indigenista Missionário, Serviço Pastoral dos Migrantes, Cáritas Brasileira e Pastoral da Juventude Rural, o documento repudia esta postura devastadora do atual governo, geradora de morte e convida os povos do campo, as suas organizações, as Igrejas e a sociedade em geral a juntarem-se na resistência contra as diversas ameaças orquestradas contra o povo brasileiro.