Em média, uma em cada cinco mulheres no mundo casaram antes de atingirem a maioridade. Nações Unidas estimam que o matrimónio infantil já fez 800 milhões de vítimas
Em média, uma em cada cinco mulheres no mundo casaram antes de atingirem a maioridade. Nações Unidas estimam que o matrimónio infantil já fez 800 milhões de vítimas O mais recente relatório anual do Fundo da População das Nações Unidas, publicado esta semana, estima que cerca de 800 milhões de mulheres foram obrigadas a casar quando ainda eram meninas e que cerca de 300 milhões não têm plenos direitos sobre a sua reprodução. Em países onde existem emergências humanitárias, 500 mulheres e meninas morrem a cada dia devido a problemas ligados à gravidez ou ao parto, pois apesar do aumento do acesso a contracetivos, milhões de mulheres continuam a não os poder usar, nem desfrutar dos direitos reprodutivos que eles permitem, destaca a diretora executiva da agência, Natália Kanem. Segundo o documento, destinado a assinalar os 50 anos de existência do Fundo, em média, uma em cada cinco mulheres no mundo casaram antes dos 18 anos, sendo que o número duplica nos países menos desenvolvidos. Em nações como o Bangladesh, o Chade, a Etiópia ou a Guiné, 60 por cento das mulheres ainda menores, enquanto a percentagem dos homens a quem acontece o mesmo é de 20 por cento. O relatório mostra ainda diversas estatísticas demográficas, como a taxa de fertilidade (número de filhos que cada mulher tem, em média, durante a idade reprodutiva), que passou de 4,8 filhos há 50 anos para 2,9 em 1994. Esta taxa, que em teoria deveria manter-se acima de dois para garantir que a população total não diminui, continua a baixar a nível global.