apesar do aumento registado em países como os Estados Unidos da américa e Japão, a aplicação da pena de morte registou uma descida de quase um terço a nível mundial
apesar do aumento registado em países como os Estados Unidos da américa e Japão, a aplicação da pena de morte registou uma descida de quase um terço a nível mundial O ano passado foram registadas 690 execuções capitais em todo o mundo, o que representa uma redução de quase um terço em relação ao ano anterior e significa que foi alcançado o número mais baixo da última década, revela um estudo divulgado esta quarta-feira, 10 de abril, pela amnistia Internacional (aI). a descida do número de execuções à escala mundial demonstra que até os países mais improváveis estão a começar a efetuar mudanças e a dar-se conta que a pena de morte não é a solução, afirmou o secretário-geral da organização, Kumi Naidoo. Exemplo disso, segundo a aI, é o Irão, onde a pena de morte desceu cerca de 50 por cento, devido a uma alteração das leis anti-drogas. ao mesmo tempo, foram registadas diminuições também em alguns países responsáveis pela maioria das execuções, como foram os casos do Iraque, Paquistão e Somália. Sem contar com a China, onde estes dados são considerados segredo de Estado, os países que mais recorreram à pena de morte foram o Irão (253), arábia Saudita (149), Vietname (85) e Iraque (52). Estes quatro países juntos representam 78 por cento de todas as execuções registadas no mundo. No documento, a organização de defesa dos direitos humanos destaca a tendência mundial para a abolição da pena de morte, apontando os casos do Burkina Faso, que adotou um novo Código Penal que exclui a pena capital, e a Gâmbia e Malásia, que declararam moratórias oficiais às execuções. De forma lenta mas segura, está a formar-se um consenso mundial sobre a supressão do recurso à pena de morte, congratulou-se Naidoo, adiantando que, em finais de 2018, mais de metade dos países do mundo (106) já tinham abolido a pena de morte.