Projeto financiado pelo governo japonês ajuda a difundir informações importantes para a vida dos deslocados no acampamento de Lunda Norte, em angola. Metade dos cooperantes são menores
Projeto financiado pelo governo japonês ajuda a difundir informações importantes para a vida dos deslocados no acampamento de Lunda Norte, em angola. Metade dos cooperantes são menoresCriada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com o apoio do governo japonês, a Rádio Solidariedade já faz parte do dia a dia dos refugiados acolhidos no acampamento de Lunda Norte, em angola, ao difundir de forma simples e acessível as informações básicas sobre cuidados de higiene e saúde. Dos 150 colaboradores, metade são crianças. Gobe Emma, de 11 anos, e Funda Mako, de 12, apresentam um programa semanal e são já consideradas as estrelas da emissora. Quando começam a falar, as atenções voltam-se todas para eles.com o seu talento natural, estes dois apresentadores de rádio infantis ajudam a difundir informações valiosas para os refugiados que vivem no acampamento, explicam os responsáveis do UNICEF. Em 2017, a província de Lunda Norte acolheu mais de 35 mil refugiados, oriundos sobretudo da República Democrática do Congo (RDC), sendo 75 por cento mulheres e crianças. O fluxo repentino de pessoas, os centros de receção superlotados e as chuvas torrenciais comprometeram a situação de higiene e saneamento, aumentando o risco de surtos de doenças. Para minimizar estes riscos, a agência procurou novas formas de aumentar a sensibilização e o conhecimento da comunidade sobre comportamentos e práticas saudáveis relacionadas com a água, saneamento e higiene, saúde e nutrição, assim como na educação para a paz, tendo surgido a ideia de criar a rádio. Mais de 100 refugiados, incluindo quatro antigos jornalistas, e voluntários da Cruz Vermelha angolana foram treinados em comunicação interpessoal, mensagens de salvamento de vidas e boas práticas familiares e incentivados a desenvolver um programa semanal feito por e para crianças. Para Mariana Palavra, especialista em comunicação do UNICEF angola, os resultados alcançados permitem classificar o projeto num caso de sucesso. Três em cada quatro refugiados sabe da importância de beber água potável, mais de 80 por cento sabe que precisa lavar as mãos regularmente e 80 por cento conhece a cólera, como se espalha e como evitá-la.