Nações Unidas estão a preparar o envio de vacinas e mosquiteiros para tentar minimizar uma previsí­vel escalada de cólera e malária nas zonas mais afetadas pelo ciclone Idai
Nações Unidas estão a preparar o envio de vacinas e mosquiteiros para tentar minimizar uma previsí­vel escalada de cólera e malária nas zonas mais afetadas pelo ciclone Idai a Organização Mundial de Saúde (OMS) vai fazer chegar a Moçambique, nos próximos dias, um lote de 900 mil vacinas para a cólera e 900 mil mosquiteiros, com o objetivo de tentar travar a propagação da cólera e da malária nas zonas afetadas pelo ciclone. Para já, a grande preocupação da organização é o risco extremamente alto de ocorrência de doenças como a cólera, pelo que está a apoiar a instalação de três centros de tratamento da doença, na cidade da Beira. Num segundo plano, está a prevenção contra a malária. Estamos também a preparar-nos para uma escalada [de casos] de malária nas próximas semanas, adquirindo 900 mil mosquiteiros para proteger as famílias afetadas e assegurar que os testes de diagnóstico rápidos são disponibilizados nas zonas de alto risco, revelou Djamila Cabral, representante da OMS em Moçambique. a passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabwe e no Malawi, fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas nos três países, segundo dados das agências das Nações Unidas. Moçambique foi o mais afetado, registando até ao momento 468 mortos e 1. 522 feridos, segundo as autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 127 mil pessoas a viverem atualmente em 154 centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira. Entre os danos materiais, as autoridades moçambicanas registam mais de 90 mil habitações atingidas, sendo que 50. 619 ficaram totalmente destruídas, 24. 556 parcialmente destruídas e 15. 784 inundadas. Foram ainda danificadas ou destruídas 3. 202 salas de aulas, afetando 90. 756 alunos, bem como 52 unidades de saúde, e quase 500 mil hectares de terras ficaram inundados. Não podemos deixar estas pessoas sofrerem um segundo desastre através de uma série de doenças ou da incapacidade de fornecer serviços de saúde básicos. Já sofreram o suficiente, adiantou Djamila Cabral, lembrando que o setor da saúde da OMS precisa pelo menos de 33 milhões de euros nos próximos três meses para dar resposta a esta crise humanitária.