vítimas são escravizadas e mantidas em cativeiro até darem à luz um filho e depois podem ser libertadas, desde que se comprometam a não procurar o descendente
vítimas são escravizadas e mantidas em cativeiro até darem à luz um filho e depois podem ser libertadas, desde que se comprometam a não procurar o descendente Centenas de mulheres e raparigas da ex-Birmânia (agora Myanmar), da etnia kachin, estão a ser vendidas por redes de tráfico de pessoas a famílias chinesas que as exploram pelo menos até que fiquem grávidas e deem à luz, denunciou esta semana a organização não governamental Human Rights Watch (HRW). De acordo com os testemunhos e documentos recolhidos, a organização concluiu que as famílias pagam entre 2. 600 e 11 mil euros para cada jovem para obter delas descendência. Os traficantes recrutam as vítimas em zonas de maior pobreza, por vezes com a ajuda dos seus familiares e amigos, prometendo-lhes um trabalho na China. a escassez de rendimentos e de proteção básica faz destas mulheres e raparigas uma presa fácil para os traficantes de pessoas, que têm poucas razões para temer as forças de segurança em qualquer lado da fronteira, lamentou a representante da HRW para os direitos das mulheres. Uma das mulheres kachin ouvidas pela organização contou que foi vendida a uma família chinesa quando tinha 16 anos e encerrada numa habitação que só era aberta quando lhe iam levar comida. Eu só chorava. Cada vez que o homem chinês me levava comida, violava-me, testemunhou. as sobreviventes contaram aos técnicos da HRW que as famílias chinesas estão mais interessadas em obter descendência do que ter uma esposa, pelo que, quando ficavam grávidas e davam à luz, era possível que as deixassem escapar, ainda que com o custo de nunca mais verem os seus filhos.