Denúncias sobre a repressão violenta aos protestos contra o governo colocaram o país ao lado da Venezuela e Cuba. Foram detetados casos de uso excessivo da força policial e de grupos milicianos
Denúncias sobre a repressão violenta aos protestos contra o governo colocaram o país ao lado da Venezuela e Cuba. Foram detetados casos de uso excessivo da força policial e de grupos milicianos a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) incluiu a Nicarágua na lista de países que violam os direitos humanos, ao lado da Venezuela e Cuba, segundo o mais recente relatório anual da organização, apresentado esta semana. a decisão surge na sequência da repressão violenta aos protestos contra o governo, iniciados em abril do ano passado. a reação das autoridades às manifestações, que começaram como um movimento contra a reforma do sistema de direitos sociais e se transformaram num protesto mais amplo contra o governo, deixou um saldo de 325 mortos, dois mil feridos e 52 mil exilados, segundo as entidades de direitos humanos. Os dados recolhidos pela CIDH revelaram a existência de casos de uso excessivo e arbitrário da força policial, o uso de grupos milicianos ou grupos de choque com a anuência e tolerância das autoridades governamentais, e a obstrução do atendimento médico aos manifestantes, detenções arbitrárias de jovens que participaram dos protestos, campanhas de difamação, medidas de censura e ameaças contra líderes de movimentos sociais. Em relação à Venezuela, a Comissão constatou que durante 2018 se agravaram as persistentes situações estruturais que afetam os direitos humanos da população venezuelana e que derivaram numa grave crise política, social e económica, o que resulta numa completa ausência do Estado de Direito. Também em Cuba foram confirmadas as persistentes violações ao direito à liberdade, à segurança e à proteção contra a detenção arbitrária, e falta de garantias judiciais mínimas para atuação dos defensores dos direitos humanos, líderes sociais e políticos e jornalistas.