Sem a resolução do problema da terra no país «não haverá paz», reclamaram os agricultores, durante uma manifestação em assunção. O protesto contou com uma presença significativa de mulheres
Sem a resolução do problema da terra no país «não haverá paz», reclamaram os agricultores, durante uma manifestação em assunção. O protesto contou com uma presença significativa de mulheres Enquanto as autoridades continuarem a ignorar o direito do camponês a uma terra própria não haverá paz no Paraguai, afirmou esta semana a secretária-geral da Federação Nacional de Camponeses, Teodolina Villalba, durante uma manifestação que juntou milhares de pessoas na capital, onde se exigiu a reforma agrária no país. Segundo a dirigente, os camponeses exigem que o governo lhes disponibilize terras e acabe com a concentração nas mãos de um poucos privilegiados. São sete meses de governo de Mario abdo e o Presidente não se aproxima de nós. Pelos vistos crê que somos seus inimigos, lamentou Villalba, que representa cerca de 300 mil famílias de pequenos produtores. Nas últimas décadas, a economia do Paraguai tem baseado o seu progresso nos monocultivos de grande extensão, especialmente de soja, que constituem a principal fonte de receitas em divisas. Os índices económicos têm vindo a crescer a uma média de quatro por cento ao ano, mas o governo não tem conseguido manter o mesmo índice evolutivo no combate à pobreza, que afeta 26,4 por cento da população. Mais de 85 por cento das terras cultiváveis encontram-se nas mãos de dois por cento da população, enquanto cerca de 63 por cento dos produtores trabalham em terras com menos de 10 hectares. Em consequência, salienta a líder camponesa, no interior do país encontram-se povoações praticamente abandonadas, por falta de terras e de alternativas.