Católicos do Quirguistão viveram na clandestinidade durante o regime soviético. O fenómeno migratório levou à saída de muitas pessoas do país, mas os netos mantiveram a fé deixada pelos avós
Católicos do Quirguistão viveram na clandestinidade durante o regime soviético. O fenómeno migratório levou à saída de muitas pessoas do país, mas os netos mantiveram a fé deixada pelos avós Presente no Quirguistão há pelo menos 150 anos, a Igreja Católica tem raízes profundas no país, mas a comunidade cristã tem sofrido grandes mudanças ao longo da história, fruto do fenómeno migratório depois da queda do regime soviético. Entre 1990 e 2000, muitos dos católicos partiram em busca de uma vida melhor e agora são os netos que professam a fé em Jesus Cristo. Quando cheguei a este país, perguntei às pessoas o que significava para eles a fé. as respostas foram diversas e muito sinceras. Sabiam as coisas essenciais de Jesus, que nasceu pobre e que tinha feito milagres. Quase todos responderam que ser católico representava um vínculo com a própria família, com a fé dos avós, mas quase nenhum tinha visto um sacerdote. Hoje tentamos garantir acompanhamento espiritual, pastoral e sacramental a estas pessoas, testemunha o administrador apostólico, anthony Corcoran. Neste momento, estima-se que existam entre 600 e 1. 500 católicos no Quirguistão, dispersos pelo país. a Igreja Católica ainda é associada aos deportados da alemanha, mas quem conhece a doutrina tem muito respeito, porque a relaciona com obras de misericórdia. Há anos, durante a guerra civil, os católicos ajudaram todo o mundo, independentemente da sua origem étnica, pelo que são vistos como aqueles que ajudam os outros sem ter em conta as suas crenças, explica Corcoran, em declarações à agência Fides. O Quirguistão tem perto de seis milhões de habitantes, sendo que entre 87 a 90 por cento se consideram muçulmanos. Os ortodoxos representam entre oito a 11 por cento, enquanto as outras confissões religiosas constituem uma minoria. a recente visita do Papa Francisco aos Emirados Árabes Unidos deixou uma impressão muito positiva no país, pois foi considerada como um sinal de respeito da Igreja pelo Islão.