as mulheres ainda são as principais responsáveis pelos trabalhos domésticos não remunerados e pelo cuidado dos filhos ou dos pais. ao ritmo atual, serão precisos 200 anos para que haja um nivelamento
as mulheres ainda são as principais responsáveis pelos trabalhos domésticos não remunerados e pelo cuidado dos filhos ou dos pais. ao ritmo atual, serão precisos 200 anos para que haja um nivelamento Esta sexta-feira, 8 de março, comemora-se mais um Dia Internacional da Mulher. Mas para Vinícius Pinheiro, diretor do departamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Nova Iorque, Estados Unidos da américa (EUa), não há nada para comemorar em relação à igualdade de género no mercado de trabalho. a diferença nas taxas de emprego baixou menos de dois por cento em 27 anos, e as mulheres ainda ganham, em média, 20 por cento a menos do que os homens. Nas últimas duas décadas, houve pouco progresso em relação à igualdade de género. Hoje, somente 43 por cento das mulheres participam no mercado de trabalho, enquanto este indicador para os homens é em torno de 78 por cento. Mesmo olhando os mais jovens, sabemos que, no total, 20 por cento dos mais jovens não estão a trabalhar nem a estudar. E desse total quase dois terços são mulheres, que estão fora do mercado de trabalho e fora da educação, explicou o responsável à ONU News.comentando o mais recente relatório da OIT sobre o tema, Pinheiro destaca os dados preocupantes que representam uma perda para a economia e também da utilização da capacidade das mulheres em relação ao mercado laboral. Um dos fatores determinantes para que isto suceda é o tempo de trabalho que é dedicado à atividade não remunerada no domicílio. atualmente, 21,7 por cento das mulheres dedicam-se à economia de cuidado. Enquanto para os homens esse percentual é de 1,5 por cento. De acordo com o relatório, se essas tendências forem mantidas, vai demorar 200 anos para que haja um nivelamento entre a participação dos homens e mulheres das atividades domésticas de uma forma mais equitativa, sublinha o responsável. a OIT defende que é preciso reconhecer o valor do trabalho das mulheres da mesma forma que o dos homens, e estar atento à evolução do mercado laboral, que passará por mudanças devido à incorporação de novas tecnologias, mudanças climáticas e outros, o que pode aumentar os desequilíbrios em relação à igualdade de género. Uma das propostas para evitar essa situação é investir em meninas que queiram seguir carreiras científicas.