Encerramento foi pedido pelo governo local que alega já ter feito suficientes avanços em direitos humanos, não se justificando por isso a existência deste serviço no país
Encerramento foi pedido pelo governo local que alega já ter feito suficientes avanços em direitos humanos, não se justificando por isso a existência deste serviço no país a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, anunciou esta semana o encerramento da representação no Burundi, por insistência do governo. Segundo a responsável, o executivo entendeu pôr fim a um serviço com 23 anos, por considerar já ter feito os progressos suficientes em matéria direitos humanos. Desde que a representação foi estabelecida, em 1995, o trabalho de cooperação com o governo abrangeu várias áreas, como a consolidação da paz, reforma dos setores da segurança e justiça, além do apoio à sociedade civil em questões de direitos humanos. Muitos destes avanços foram postos em risco, a partir de 2015, após o Presidente Pierre Nkurunziza ter anunciado que iria concorrer a um terceiro mandato. No ano seguinte, explicou Bachelet em comunicado, o Burundi suspendeu toda a cooperação com o escritório da ONU, após a publicação de um relatório de investigadores independentes. O documento apontava que o governo e seus aliados teriam cometido crimes contra a humanidade. O Burundi contestou o relatório do Conselho de Direitos Humanos. Em 2017, o país aceitou que especialistas da ONU fizessem uma nova investigação. a alta comissária Bachelet declarou ainda que o governo do Burundi manifestou disponibilidade em trabalhar com a agência de Direitos Humanos da ONU após o encerramento da representação, pelo que pediu ao executivo que coopere com todos os mecanismos relevantes de direitos humanos da ONU, incluindo especialistas independentes e órgãos de tratados de direitos humanos.