a violência tem vindo a diminuir, mas as violações e ilegalidades contra civis continuam a ser uma realidade no país, revela a Comissão de Inquérito Internacional no seu novo relatório
a violência tem vindo a diminuir, mas as violações e ilegalidades contra civis continuam a ser uma realidade no país, revela a Comissão de Inquérito Internacional no seu novo relatório Uma análise aos últimos seis meses de conflito na Síria revela que, apesar da desaceleração generalizada das hostilidades, os combates e as violações em curso continuam a ser uma realidade para os civis e a afetar de forma negativa o retorno seguro e sustentável de milhões de deslocados internos e refugiados. No seu mais recente relatório, divulgado quinta-feira, 28 de fevereiro, a Comissão de Inquérito Internacional sobre a Síria descreve um cenário marcado por crimes de guerra e contra a humanidade, ataques indiscriminados, deliberados a alvos protegidos, saques e perseguição, cometidos por grupos armados. O respeito pelas leis da guerra, pelos direitos humanos ou pela mais básica compaixão humana é quase nulo. O conflito na verdade continua em Idlib e em alguns pontos do noroeste e do nordeste da Síria. Mas este relatório é diferente dos outros porque é um relatório da perspetiva da população. O que nós queremos mostrar é como vive a população síria dentro do país. Há falta de segurança em vários locais e as condições mínimas de sobrevivência como água, eletricidade e o retorno dos deslocados internamente, sublinha o presidente da Comissão, Paulo Sérgio Pinheiro, em declarações à ONU News. a falta de segurança, o elevado risco de violência em muitas áreas e a impunidade por graves violações de direitos humanos, são barreiras difíceis de ultrapassar quando se fala no regresso dos deslocados. as violações contínuas cometidas por todos os lados, aliadas à destruição de infraestruturas vitais, à falta de prestação de serviços efetiva e de documentação civil, criaram condições que tornam uma ilusão a possibilidade de retorno seguro e sustentável, refere, por sua vez, a especialista Karen abuZayd. Ou seja, mesmo quando arriscam regressar às suas terras de origem, a maioria dos sírios testemunham a ausência flagrante do Estado de direito e o uso arbitrário do poder que fazem lembrar a forma como iniciou o conflito, aponta o relatório, dando o exemplo de cidadãos que, após anos de isolamento, enfrentam grandes dificuldades para ter acesso aos direitos fundamentais quando tentam o retorno a casa.