Dados recolhidos pela agência das Nações Unidas para os Direitos Humanos revelam que, por norma, são os mais pobres e economicamente mais vulneráveis que acabam nos «corredores da morte»
Dados recolhidos pela agência das Nações Unidas para os Direitos Humanos revelam que, por norma, são os mais pobres e economicamente mais vulneráveis que acabam nos «corredores da morte» a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, apelou esta semana à comunidade internacional que defenda a abolição generalizada da pena de morte. atualmente há cerca de 170 Estados que aboliram a pena capital na lei, ou não a aplicam, mas a ONU continua a lutar para que esta prática seja proibida em todos os lugares e em todas as circunstâncias. Segundo dados recolhidos a nível mundial pela agência das Nações Unidas, os membros de minorias étnicas, pessoas com deficiências psicossociais ou intelectuais, cidadãos estrangeiros, indígenas e outros membros marginalizados da sociedade são os mais expostos a este tipo de sentença. algumas pessoas foram condenadas à morte apenas por fazerem parte da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais, por terem expressado uma opinião, por pertencerem a um grupo político ou por terem exercido a sua liberdade de religião, sublinhou Bachelet, acrescentando que, por vezes, o analfabetismo ou as barreiras linguísticas significam que o direito a uma representação legal efetiva dos réus não é respeitado. O vice-primeiro-ministro da Bélgica, Didier Reynders, que também participou no encontro promovido pelo Conselho de Direitos Humanos, por sua vez, lamentou que a pena de morte continue a ser aplicada em casos de apostasia, blasfémia, adultério ou relações consensuais entre pessoas do mesmo sexo. O governante referiu que a pobreza e a pena de morte continuam ligadas, devido ao custo financeiro do acesso a recursos legais, e concluiu que a manutenção da pena de morte não tem impacto na taxa de criminalidade, pelo que, na sua opinião, chegou a hora de virar unilateralmente a página sobre essa prática.