Menores órfãos que circulam ou atravessam as fronteiras sozinhos, sem documentos de identificação ou autorizações dos tutores, tornam-se presas fáceis para os traficantes de seres humanos
Menores órfãos que circulam ou atravessam as fronteiras sozinhos, sem documentos de identificação ou autorizações dos tutores, tornam-se presas fáceis para os traficantes de seres humanos O diretor-geral do Instituto Nacional da Criança (INaC), Paulo Kaseli, alertou recentemente para o tráfico de crianças em angola, um fenómeno que considera não ser ainda alarmante, mas que já assumiu proporções preocupantes tendo em conta os relatos que têm chegado ao organismo que dirige. Convidado a participar num seminário técnico sobre os fluxos de atendimento a crianças e adolescentes vítimas de tráfico e de trabalho infantil, o responsável referiu que o tráfico de crianças no país tem sido alimentado pela fragilidade e vulnerabilidade de um grande número de menores órfãos que circulam ou atravessam as fronteiras sozinhos, sem documentos de identificação ou autorização dos tutores. Embora não existam dados estatísticos específicos sobre as características do fenómeno, as informações recolhidas diretamente junto das vítimas indicam que a servidão doméstica, o trabalho forçado, exploração sexual e o recrutamento para atividades ilícitas, são as principais motivações para o tráfico de menores, revelou Kaseli. a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em angola, Patrícia Sousa, por sua vez, recordou que além de ilegal, o tráfico de pessoas é uma brutal violação dos seus direitos, pois muitas da vítimas sofrem também abusos psicológicos e sexuais.