líder da ONU alerta que os Estados estão a procurar a segurança não na diplomacia coletiva e no diálogo, mas no desenvolvimento e aquisição de novas armas
líder da ONU alerta que os Estados estão a procurar a segurança não na diplomacia coletiva e no diálogo, mas no desenvolvimento e aquisição de novas armas O secretário-geral das Nações Unidas, antónio Guterres, lançou esta semana uma chamada de atenção para um dos mais graves perigos que enfrenta a humanidade: a união entre os principais componentes da arquitetura internacional do controlo mundial de armamento. E deu o exemplo das armas químicos, cuja utilização impune, está a levar à sua proliferação. Os Estados estão a procurar segurança não na diplomacia coletiva ou no diálogo, mas no desenvolvimento e acumulação de novas armas. as novas tecnologias na área do armamento estão a aumentar os riscos de uma forma que ainda não entendemos e não podemos imaginar, sublinhou Guterres, durante a sua intervenção na Conferência do Desarmamento, realizada em Genebra, na Suíça. Para o ex-primeiro-ministro português, é fundamental criar uma nova visão sobre o controlo mundial de armas, apesar da atual conjuntura internacional. E um dos primeiros passos será solucionar a situação, particularmente perigosa, no que respeita às armas nucleares. O processo bilateral de controlo de armamento entre a Federação Russa e os Estados Unidos da américa (EUa) tem sido uma das marcas da segurança internacional durante 50 anos. Graças aos seus esforços, as reservas mundiais de armas nucleares são agora menos de uma sexta parte do que eram em 1985. Esse é o legado que está em grave perigo, destacou o líder da ONU. Os EU a anunciaram este mês que abandonarão o acordo por considerarem existirem incumprimentos por parte da Rússia, e os russos também ameaçaram retirar-se, apesar da suspensão do tratado estar pendente de novas negociações. Se se permite que isso suceda [o abandono do acordo], o mundo ficará mais instável e inseguro, alertou Guterres, apelos aos dois países que preservem o Tratado sobre as Forças Nucleares de alcance Intermédio.