Mais de uma centena de mulheres e meninas foram violadas por grupos armados e militares no estado de Unity, nos últimos quatro meses de 2018. Entre as vítimas havia crianças com menos de oito anos
Mais de uma centena de mulheres e meninas foram violadas por grupos armados e militares no estado de Unity, nos últimos quatro meses de 2018. Entre as vítimas havia crianças com menos de oito anos a agência das Nações Unidas para os Direitos Humanos publicou recentemente em relatório sobre a violência sexual no estado de Unity, no Sudão do Sul, e lamentou a impunidade generalizada, que está a contribuir para a normalização da violência contra as mulheres e meninas. Nos últimos quatro meses do ano passado, foram registados 134 casos de mulheres e 49 de meninas violadas por grupos armados e militares. Entre as sobreviventes havia meninas com menos de oito anos, e é possível que o nível real de violência sexual seja consideravelmente mais alto que o número de casos registados, afirmou o porta-voz da agência, Rupert Collville, acrescentando que quase 90 por cento das vítimas são violadas por mais do que um agressor e que nesta onda de violência nem as mulheres grávidas escapam à crueldade destes ataques. Nós não temos alternativas. Se vamos pela estrada principal, violam-nos. Se vamos pelo bosque, violam-nos. a mim violaram-me junto a outras mulheres, repetidamente, na mesma zona e em três ocasiões diferentes. Evitávamos a estrada porque tínhamos ouvido histórias horríveis de mulheres e meninas que tinham sido capturadas quando passavam por aí, mas passou-se o mesmo connosco. Não há escapatória. Violam-nos a todas, contou uma das vítimas. Segundo o relatório da organização liderada por Michelle Bachelet, são múltiplos os fatores que têm contribuído para o aumento da violência sexual na área, tais como o grande número de combatentes que espera pela implementação dos acordos de segurança no âmbito do processo de paz; a presença de muitas milícias armadas juvenis; e a impunidade generalizada em relação aos ataques no passado.com a destruição dos seus meios de vida, o deslocamento forçado e a insegurança alimentar depois de anos de guerra civil no país, muitas mulheres e meninas são forçadas a percorrer grandes distâncias através de áreas de alto risco em busca de alimentos, água e lenha, o que as deixa mais expostas ao perigo.