Estima-se que 12 milhões de menores podem ser vítimas desta prática em 2019, caso não sejam tomadas medidas. agência da ONU recolheu várias histórias de meninas que conseguiram escapar ao matrimónio infantil

Estima-se que 12 milhões de menores podem ser vítimas desta prática em 2019, caso não sejam tomadas medidas. agência da ONU recolheu várias histórias de meninas que conseguiram escapar ao matrimónio infantil
Mais de 650 milhões de meninas e mulheres foram obrigadas a casar antes de cumprir os 18 anos, e se não forem tomadas medidas urgentes para combater esta prática, mais 12 milhões podem ser vítimas de matrimónio precoce este ano, alerta o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPa, na sigla em inglês). Para recordar que este tipo de uniões nada têm a ver com o amor, a agência reuniu um conjunto de histórias de meninas que conseguiram dizer não ao matrimónio infantil, uma prática com consequências físicas e psicológicas, que põe em perigo a saúde e o futuro das vítimas. Cresci numa zona rural do Quénia, onde a tradição indicava que as meninas deviam submeter-se à mutilação genital feminina como preparação para o matrimónio em idade precoce, mas no meu caso, escapei do matrimónio infantil e lutei pela minha educação, conta Kakenya Ntaiya, que agora se converteu em assessora de jovens na UNFP a e fundou um grupo de apoio a meninas. Do Sudão do Sul, chega a história de Poni Helen, que retrata outra consequência do casamento precoce: a gravidez em idade adolescente. Os meus pais queriam que me casasse quando fiquei grávida, aos 16 anos. Desafiei-os, porque queria terminar a escola, mas não me apoiaram, pelo que tive que trabalhar para continuar os estudos. Hoje tenho 23 anos e estudo Direito, enquanto cuido do meu filho de seis anos. Segundo a UNFPa, na África subsariana o problema é tão grave que 38 por cento das meninas se casaram durante a infância. Já na américa Latina e Caraíbas, a única região do mundo em que o número de casamentos infantis não diminuiu na última década, uma média de 25 por cento das mulheres jovens casou antes dos 18 anos. ainda assim, os programas desenvolvidos para acabar com esta prática, parecem estar a resultar e a libertar muitas meninas e mulheres das uniões não desejadas. Na última década, contribuíram para evitar 25 milhões de matrimónios infantis, sendo que a maior diminuição (de cerca de 50 por cento) se registou na Ásia meridional, revelou a agência.