Sacerdote comboniano acusa o Presidente de tentar silenciar as vozes críticas «com violência», sem poupar a oposição, os meios de comunicação social e a Igreja Católica
Sacerdote comboniano acusa o Presidente de tentar silenciar as vozes críticas «com violência», sem poupar a oposição, os meios de comunicação social e a Igreja Católica O clima que se vive na sociedade [filipina] é bastante intimidatório. Hoje em dia, muitos temem falar ou expressar o seu desacordo com o Presidente Duterte. O governo em exercício parece querer o controlo total do país, silenciando as vozes críticas com violência, em particular a oposição política, os meios de comunicação e a Igreja, denunciou o missionário comboniano antonio Carlos Ferreira, a propósito da recente detenção de uma jornalista. Em declarações à agência Fides, o diretor da revista católica World Mission considerou a prisão de Maria Ressa, diretora do portal de notícias Rappler um caso simbólico. É um órgão de comunicação que não está a favor do governo porque, com o seu excelente jornalismo de investigação, tem contado, com dados e histórias, a guerra contra as drogas lançada pelo governo, falando das milhares de execuções extra-judiciais. a jornalista, nomeada pela revista Time como Pessoa do ano, em 2018, foi detida recentemente em Manila por difamação e posta em liberdade sob fiança. Foi acusada retroativamente com base numa lei que castiga os crimes na web, que foi aprovada dois anos depois do suposto artigo difamatório, adiantou o missionário. Segundo antonio Carlos Ferreira, as Filipinas precisam urgentemente de uma consciência generalizada da situação, que a pouco e pouco, está a destruir as liberdades e a criar um clima de medo na sociedade. Lamentavelmente – prosseguiu o sacerdote – há que ter em consideração que a população parece não ter em conta estes fatores e continua a dar um forte apoio a [Rodrigo] Duterte. a detenção de Maria Ressa mereceu também uma reação em Portugal, por parte da associação de Imprensa de Inspiração Cristã (aIC) e da associação Portuguesa de Imprensa (aPI). as duas organizações manifestaram o seu repúdio pela detenção da jornalista, considerando tratar-se de um atentado ao exercício do jornalismo que deve merecer a condenação de quantos prezam a liberdade de imprensa e de expressão.