as crianças com fome são a face mais comovente da crise venezuelana, numa altura em que se agrava a controvérsia sobre a entrada ou não da ajuda humanitária no país
as crianças com fome são a face mais comovente da crise venezuelana, numa altura em que se agrava a controvérsia sobre a entrada ou não da ajuda humanitária no país Uma lata de leite para recém-nascidos custa cerca de 18 euros, o equivalente a quase quatro salários mínimos, e a escassez de alimentos, agravada pela hiperinflação, está a deixar a população venezuelana em situação de grave insegurança alimentar, em especial as crianças. Estima-se que 78 por cento da população infantil está em risco de algum tipo de desnutrição. Yemilay Olivar andou 14 quilómetros até o hospital com seu bebé desnutrido à beira da morte. a menina, de dois meses, deveria pesar cerca de cinco quilos, mas tem apenas metade, e pesa menos 200 gramas do que quando nasceu. Quando chegou à unidade hospitalar, a sua pela estava de tal forma encostada ao osso, que os médicos quase não conseguiam aplicar-lhe o tratamento intravenoso. Não conseguiam encontrar a veia, queixa-se Yemilay, um dos rostos do sofrimento da crise na Venezuela. O seu drama, como o de muitos outros venezuelanos, está agora dependente do desfecho da disputa entre ao auto-proclamado Presidente interino, Juan Guaidó, e o Presidente em exercício, Nicolás Maduro. Guaidó defende a entrada urgente da ajuda humanitária armazenada na Colômbia, mas Maduro rejeita essa ajuda, alegando que será o início de uma intervenção militar norte-americana. Numa manifestação realizada terça-feira, 12 de fevereiro, o líder da oposição apoiado por 50 países, anunciou que a ajuda humanitária entrará no país no próximo dia 23. Mas Maduro continua a negar a existência de uma emergência humanitária e culpa os Estados Unidos da américa pela falta de medicamentos e alimentos, devido às sanções aplicadas pelos norte-americanos.