Cada vez mais crianças cruzam fronteiras, sozinhas ou acompanhadas pela família, para se juntarem a grupos armados extremistas. Fenómeno levanta novos desafios em matéria de proteção infantil
Cada vez mais crianças cruzam fronteiras, sozinhas ou acompanhadas pela família, para se juntarem a grupos armados extremistas. Fenómeno levanta novos desafios em matéria de proteção infantil a crescente dimensão transfronteiriça dos conflitos converteu-se numa ameaça adicional para a proteção de crianças e jovens e exige esforços concertados, para travar o envolvimento dos menores no extremismo violento a nível global, alerta a representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para estas questões. a situação tem-se agravado pela natureza global do extremismo violento que tem favorecido o surgimento do recrutamento transnacional e a participação das crianças no fenómeno de se converterem em “combatentes estrangeiros”, afirma Virginia Gamba, no seu mais recente relatório. O documento estima, que desde 2011, entre 30 mil e 42 mil combatentes estrangeiros, de cerca de 120 países, viajaram para o Iraque e Síria para juntar-se a grupos afiliados do Estado Islâmico e al-Qaeda. até novembro de 2017, perto de 7. 000 destes elementos terão sido mortos no campo de batalha. Segundo Virginia Gamba, estes números incluem uma proporção significativa de crianças: Os filhos de combatentes estrangeiros ou os menores recrutados como combatentes estrangeiros não só são vítimas de assassinato, mutilação, escravatura, exploração sexual e pressão psicológica, como também são testemunhas ou presumíveis autores de violações. Mas nem tudo são más notícias. a responsável assegura que um compromisso melhorado e sustentável com as partes em conflito permitiu progressos significativos em 2018, apesar da violência ter continuado a afetar de forma desproporcional as crianças em todo o mundo. No afeganistão, por exemplo, entraram em vigor as alterações ao Código Penal que castigam o recrutamento e uso de crianças por parte das forças armadas, e na Nigéria foram libertados 833 crianças-soldado, ao abrigo de um plano de ação promovido pela ONU. a transformação das Forças armadas Revolucionárias da Colômbia (FaRC) em partido político também permitiu a libertação de 135 menores, havendo ainda negociações para a libertação de crianças combatentes no Sudão do Sul.