Ministros dos 28 Estados-membros aprovaram uma declaração onde condenam a repressão e manifestam a disposição de «responder» a qualquer deterioração dos direitos humanos no país
Ministros dos 28 Estados-membros aprovaram uma declaração onde condenam a repressão e manifestam a disposição de «responder» a qualquer deterioração dos direitos humanos no país a União Europeia (UE) vai supervisionar atentamente a situação na Nicarágua e manifesta-se disposta a fazer uso de todos os instrumentos para responder a qualquer nova deterioração dos direitos humanos e do Estado de direito no país. a declaração, emitida esta semana, foi assinada pelos ministros dos 28 Estados-membros e visa aumentar a pressão sobre o governo nicaraguense, com o objetivo de conseguir uma saída pacífica e negociada para a crise. Mergulhada numa crise política desde abril do ano passado, depois de uma reforma frustrada da Previdência Social ter deflagrado em protestos, a Nicarágua enfrenta agora uma onda de manifestações que exigem a renúncia do Presidente Daniel Ortega. Segundo as organizações humanitárias, mais de 300 pessoas morreram durante os protestos devido ao uso excessivo da força por parte das forças governamentais, e mais de 600 manifestantes foram detidos. as recentes medidas dirigidas contra organizações da sociedade civil e veículos de comunicação independentes supõem um novo golpe para a democracia, os direitos humanos e as liberdades civis. a UE condena com firmeza a repressão da imprensa e da sociedade civil e o uso de leis antiterroristas para reprimir opiniões divergentes, refere o texto aprovado pelos ministros europeus. Para o bloco comunitário, a única maneira de abordar a crise atual é com um diálogo que inclua a adoção de reformas eleitorais com o objetivo de garantir eleições dignas de crédito. É fundamental também que se ponha fim à repressão e se libertem todas as pessoas que foram ilegalmente detidas e garantam que, a todo momento, se respeitem as garantias processuais e um tratamento justo. Embora na declaração não se fale explicitamente em sanções, o chanceler espanhol, Josep Borrell, citado pelas agências internacionais, indicou que as eventuais medidas da UE podem ser sanções, mas também apoio para que se possam realizar eleições na Nicarágua.