Se um por cento das pessoas mais ricas do planeta pagasse apenas mais 0,5 por cento de impostos, esse dinheiro dava para escolarizar 262 milhões de crianças e proporcionar assistência médica a 3,3 milhões de pessoas
Se um por cento das pessoas mais ricas do planeta pagasse apenas mais 0,5 por cento de impostos, esse dinheiro dava para escolarizar 262 milhões de crianças e proporcionar assistência médica a 3,3 milhões de pessoas Relatório anual da organização não governamental Oxfam revela que a fortuna dos multimilionários cresceu 12 por cento em 2012, a um ritmo de 2,2 mil milhões de euros por dia, enquanto a riqueza da metade mais pobre da população mundial reduziu 11 por cento. Esta lacuna, refere o documento, coloca em perigo a luta contra a pobreza, prejudica as economias e alimenta a indignação global. Em jeito de conclusão, os responsáveis pelo estudo acusam os governos de exacerbar a desigualdade ao não fornecerem aos serviços públicos, como a educação e saúde, o financiamento necessário, ao concederem benefícios fiscais às grandes corporações e aos ricos e ao não coibirem a evasão fiscal. Se um por cento dos mais ricos pagasse apenas 0,5 por cento a mais de impostos sobre a sua riqueza, poderia ser angariado mais dinheiro do que o necessário para escolarizar 262 milhões de crianças que agora não têm acesso à educação e fornecer assistência médica para salvar a vida de 3,3 milhões de pessoas, refere o documento. Na américa Latina e nas Caraíbas, por exemplo, enquanto a riqueza dos multimilionários aumentou, a pobreza extrema continuou a crescer, alcançando o seu nível mais alto desde 2008 e afetando 62 milhões de pessoas, ou seja, 10,2 por cento da população. Segundo a Oxfam, com o dinheiro que as empresas deixam de pagar de impostos a cada ano devido aos benefícios fiscais, seria possível contratar 93. 000 médicos na Guatemala e 349. 000 no Brasil, construir 120. 000 casas na República Dominicana e 70. 000 no Paraguai e contratar 94. 000 professores na Bolívia ou 41. 000 em El Salvador.