Conferência Episcopal considera que há militares em missão na República Centro-africana que não cumprem com o seu dever de proteger os civis. E traça um quadro dramático das condições no país
Conferência Episcopal considera que há militares em missão na República Centro-africana que não cumprem com o seu dever de proteger os civis. E traça um quadro dramático das condições no país Os bispos da República Centro-africana (RCa) estiveram reunidos em assembleia Plenária e, no final, emitiram um comunicado a criticar a atuação de alguns contingentes das Nações Unidas destacados no país. Rendemos homenagem aos contingentes da MINUSC a que com profissionalismo garantem a proteção dos civis. No entanto, deploramos a duplicidade de alguns contingentes, que permitem que a situação se degrade perante os seus próprios olhos, como se beneficiassem disso, pode ler-se no documento, citado pela agência Fides. Segundo os prelados, o país vive neste momento em condições dramáticas: É triste ver que além da capital e de algumas cidades, o Estado apenas tem uma presença formal. as funções civis e militares, incluindo em zonas onde há grupos armados, não têm meios para trabalhar. E algumas áreas estão nas mãos de grupos armados que cometem repetidamente atos de violência desumana e graves violações dos direitos humanos. Os grupos rebeldes já chegaram a modificar a demografia de diferentes localidades e os bispos perguntam quais as razões que levaram a esta concentração massiva de grupos armados na zona este do país e o porquê das populações de várias comunidades terem sido obrigadas a assinar um documento em que rejeitam a presença das forças armadas governamentais. Perante a instabilidade e a fragilidade das fronteiras, que facilitam o tráfico de armas e a chegada de mercenários, especialmente do Chade, Sudão, Camarões, Níger e Uganda, a Conferência Episcopal apela aos governos dos países vizinhos que mostrem humanidade e ajudem a RC a a sair da anarquia, para o bem de todos, pois um país desestabilizado é um problema internacional.